4 de dezembro de 2014

Retrospectiva

Provavelmente quando olhamos para trás vemos coisas de que nos arrependemos, de que nos orgulhamos, que nos fazem rir e que nos fazem chorar. Olhamos para trás e analisamos, pois o ser humano tem essa capacidade racional insistente de pensar no passado, principalmente nós portugueses que desde pequenos somos introduzidos à saudade, esse estado de alma que tantos estrangeiros acham difícil de traduzir e que por vezes nos mantém presos a um passado que não regressará mais e que por isso perpetua a nossa relação próxima e íntima com a saudade.
Podemos olhar o passado de vários ângulos e com várias abordagens, como a saudosista acima mencionada; a pessimista, de que o futuro de certo será pior; a optimista, de que já fizemos tanto e que faremos ainda mais; ou a minha preferida, a interrogativa, da qual surgem perguntas «Porque é que fiz aquilo?», «Onde será que errei?», «Como é que vim aqui parar?». Esta abordagem dá-nos a capacidade de evoluir, de verificar o quanto crescemos e o quanto as nossas atitudes mudaram e porquê. Permite-nos ser um espectador activo em vez de passivo e agarrar as rédeas do nosso presente. Todos dizem que se aprende com os erros e todos estão certos, a melhor maneira de aprender é se tentarmos, mesmo que possa culminar em fracasso pelo menos já saberemos que será necessário um método diferente para aplicar à situação e isso dá-nos conhecimento e consciência, dá-nos ferramentas que poderemos utilizar no futuro e, portanto, quanto mais cedo tentarmos mais depressa teremos uma caixa cheia de ferramentas prontas a usar cada vez que houver um obstáculo no caminho. E vai haver, sempre houve e sempre haverá, agora a maneira de os ultrapassar depende do que as nossas tentativas nos ensinaram e da nossa capacidade de aprender através das nossas escolhas.


Como é que vim aqui parar? Acima de tudo com a vontade de poder afirmar que tentei e espero vir poder a dizer que consegui.  

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