29 de janeiro de 2016

Esperas

Tantas vezes damos por nós a esperar por algo ou por alguém. Quer seja uma notícia, um resultado, um familiar que vem de visita ou uma amiga de longa data com a qual combinámos um café. Se pensarmos bem, grande parte da nossa vida é feita de esperas, até o simples facto de estarmos na via pública a desejar o aparecer do sinal verde é uma espera, quer sejamos condutores ou peões. Mas o que será que nos satisfaz mais? A espera em si, que faz crescer aquela inquietação interna, aquele aumentar do desejo do que aí vem? Ou o que acontece quando essa espera termina, quando já não necessitamos aguardar mais? É óbvio que não podemos analisar assim tão friamente estas questões, pois cada espera é diferente e constituída por inúmeros factores, mas talvez cada um de nós tenha uma inclinação diferente perante tal assunto.
Possivelmente o melhor consenso seja dizer que esperar por coisas boas nos satisfaz mais do que quando o findar da espera possa trazer algo negativo. Mas então, nessas situações soturnas, não é a espera um momento em que podemos abstrair-nos do que possa vir e focar-nos em algo melhor, dando-nos espaço para pensar que afinal o pior pode não estar para vir? Se criarmos esperança, então a espera torna-se maravilhosa, pois pior do que um desgraçado resultado é um sofrimento por antecipação.

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