17 de abril de 2010

Dor de pensar

Por vezes sinto-me como Fernando Pessoa se sentia...
“ (…) Não sei o que me falta…

Não sei o que quero,
Nem posso sonhá-lo (…)”.
Perco-me em pensamentos nos quais não me devia perder, pois são meras ilusões, meras suposições. Muitas vezes não levam a lado nenhum, simplesmente chamam outros pensamentos, acolhem-nos e multiplicam-se, sem fim à vista. Porque tenho de pensar tanto? Porque não posso simplesmente deixar acontecer? Pois, essa não é a minha natureza, não consigo deixar de raciocinar, de sair do ponto A para o C sem fazer uma paragem no B. E o mais frustrante nem é tanto o pensamento em si, mas a incapacidade de chegar a uma conclusão. Já por algumas vezes, em conversas mais ou menos sérias com amigas, admitimos de que podemos não ter a certeza do que desejamos, mas sabemos exactamente o que não queremos e, para mim, esta ideia é uma espécie de bóia de salvação. Agora, sempre que me sinto angustiada por não saber o que me faz falta ou o que quero, basta lembrar-me de que sei exactamente o que NÃO quero.

1 comentário:

  1. Pensar é inerente à tua Pessoa. Pessoa rica, lúcida, que se desdobra em racíocinios amplos, infinitos, numa busca perfeita de um ser que, asim, anda à solta!Pensar é ser gente! Jinhos.

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