Porque não podia deixar passar em branco o Dia Mundial da Poesia aqui fica um dos meus poemas favoritos
Não te amo
Não te amo, quero-te: o amor vem d'alma.
E eu n 'alma – tenho a calma,
A calma – do jazigo.
Ai! não te amo, não.
Não te amo, quero-te: o amor é vida.
E a vida – nem sentida
A trago eu já comigo.
Ai, não te amo, não!
Ai! não te amo, não; e só te quero
De um querer bruto e fero
Que o sangue me devora,
Não chega ao coração.
Não te amo. És bela; e eu não te amo, ó bela.
Quem ama a aziaga estrela
Que lhe luz na má hora
Da sua perdição?
E quero-te, e não te amo, que é forçado,
De mau, feitiço azado
Este indigno furor.
Mas oh! não te amo, não.
E infame sou, porque te quero; e tanto
Que de mim tenho espanto,
De ti medo e terror...
Mas amar!... não te amo, não.
Almeida Garrett
adoro adoro adoro este poema. um dos meus preferidos do Garrett :)
ResponderEliminarFazes bem em festejar a poesia! Tu que sempre foste poesia! Tu que escreves a tua poesia!
ResponderEliminarA poesia existe em cada um de nós quando conseguimos ter no peito os olhos inquietos de um poema que fervilha.
Garrett é extraordinário... També gosto muito. Jinhos.