tag:blogger.com,1999:blog-34660273636357939192024-03-08T06:44:40.266+00:00Mundo ComplexoOnde "Tudo" pode saber a nada,
onde "Pouco" pode ser suficiente e
onde "Nada" pode significar tudo!Ana Cavalinhoshttp://www.blogger.com/profile/12495941919520671076noreply@blogger.comBlogger84125tag:blogger.com,1999:blog-3466027363635793919.post-37264236236108976882017-06-26T09:05:00.002+01:002017-06-26T09:06:10.111+01:00Não quero<div style="text-align: justify; text-indent: 30px;">O que fazes, não quero saber. O que pensas, não quero saber. Não quero saber como tu não quiseste saber dos meus sentimentos, dos meus medos, dos meus interesses, do meu bem-estar. Não quero saber de ti, tal como nunca quiseste saber de mim. Só porque estavas por perto não quer dizer que estavas presente, nem que estavas a prestar atenção ao que te rodeava. Só porque estavas por perto, não quer dizer que te interessavas, nem que cumprias o teu papel como devia de ser. E só porque sei que ainda existes, não quer dizer que queira saber de ti.</div>Ana Cavalinhoshttp://www.blogger.com/profile/12495941919520671076noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3466027363635793919.post-78216191723578642722016-01-29T13:50:00.000+00:002016-01-29T13:51:11.027+00:00Esperas<div style="text-align: justify; text-indent: 30px;">
Tantas vezes damos por nós a esperar por algo ou por alguém. Quer seja uma notícia, um resultado, um familiar que vem de visita ou uma amiga de longa data com a qual combinámos um café. Se pensarmos bem, grande parte da nossa vida é feita de esperas, até o simples facto de estarmos na via pública a desejar o aparecer do sinal verde é uma espera, quer sejamos condutores ou peões. Mas o que será que nos satisfaz mais? A espera em si, que faz crescer aquela inquietação interna, aquele aumentar do desejo do que aí vem? Ou o que acontece quando essa espera termina, quando já não necessitamos aguardar mais? É óbvio que não podemos analisar assim tão friamente estas questões, pois cada espera é diferente e constituída por inúmeros factores, mas talvez cada um de nós tenha uma inclinação diferente perante tal assunto.<br />
Possivelmente o melhor consenso seja dizer que esperar por coisas boas nos satisfaz mais do que quando o findar da espera possa trazer algo negativo. Mas então, nessas situações soturnas, não é a espera um momento em que podemos abstrair-nos do que possa vir e focar-nos em algo melhor, dando-nos espaço para pensar que afinal o pior pode não estar para vir? Se criarmos esperança, então a espera torna-se maravilhosa, pois pior do que um desgraçado resultado é um sofrimento por antecipação.
</div>
Ana Cavalinhoshttp://www.blogger.com/profile/12495941919520671076noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3466027363635793919.post-55781648424512818292016-01-22T13:56:00.005+00:002016-01-22T13:57:28.226+00:00Contemplação <div style="text-align: justify; text-indent: 30px;">
Creio que qualquer pessoa que escreva por gosto ou profissão sabe que é necessário observar o mundo que nos rodeia, não só para termos ideias, como para percebermos o funcionamento deste universo complexo de relações e interacções, de inícios e fins, de partidas e chegadas.<br />
<div>
<div style="text-align: justify; text-indent: 30px;">
A contemplação é necessária não só à nossa mente criativa, mas também ao nosso espírito. De que outro modo estaríamos em sintonia com a natureza deslumbrante do nosso planeta? Olhar à nossa volta e observar as árvores e os pássaros, enquanto sentimos o toque suave do sol no rosto, pode ser o necessário para dar calma à nossa alma e descanso aos nossos pensamentos.
</div>
</div>
</div>
Ana Cavalinhoshttp://www.blogger.com/profile/12495941919520671076noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3466027363635793919.post-5312687426898555282016-01-15T09:50:00.000+00:002016-01-15T09:50:39.080+00:00Silêncio <div style="text-align: justify; text-indent: 30px;">
No mundo de hoje em que o ruído paira no ar todos os dias, em que os nossos ouvidos captam sons que não fomos nós que escolhemos, em que por vezes vivemos tão perto um dos outros que o que dizemos não é privado, o silêncio toma outro gosto quando podemos desfrutar dele. Nada melhor do que uma manhã calma e soalheira em que os ecos na nossa mente sossegam com o chilrear dos pássaros de inverno. </div>
Ana Cavalinhoshttp://www.blogger.com/profile/12495941919520671076noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3466027363635793919.post-38195326435567394132016-01-08T12:41:00.000+00:002016-01-08T12:42:19.208+00:00Globo de neveVieram timidamente<br />
e sorrateiramente<br />
começaram a dominar<br />
o azul celestial.<br />
<br />
Dizem que nenhum<br />
tem igual,<br />
que cada é obra<br />
de arte criada.<br />
<br />
O céu é secundário<br />
para meus olhos agora.<br />
As gotas brancas que caem<br />
é só o que admiram.<br />
<br />
Parece hoje o jardim<br />
um globo de neve.<br />
E eu observo-o,<br />
de dentro para fora.Ana Cavalinhoshttp://www.blogger.com/profile/12495941919520671076noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3466027363635793919.post-26857346078575598722015-06-16T13:52:00.000+01:002016-01-15T09:50:53.111+00:00Cheira a verde<div style="text-align: justify; text-indent: 30px;">
Gosto da maneira como o cérebro funciona ao nível das memórias. Por vezes basta um refrão de uma música para nos lembrarmos de um exacto momento da nossa vida. Por vezes uma fotografia transporta-nos até emoções vividas. Por vezes um mero odor coloca-nos num lugar há muito esquecido. E esse lugar nem é necessariamente físico, pode ser simplesmente emocional. </div>
<div style="text-align: justify;">
Para mim, o simples odor de relva acabada de cortar, aquilo a que muitas vezes me refiro como "Cheira a <span style="color: #80ff00;">verde</span>", transporta-me à minha infância e àquele lugar no meu coração onde ainda não existiam preocupações. </div>Ana Cavalinhoshttp://www.blogger.com/profile/12495941919520671076noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3466027363635793919.post-80509318689747138122015-05-27T16:22:00.000+01:002016-01-15T09:51:13.063+00:00Confusão<div style="text-align: justify; text-indent: 30px;">
As palavras giram num turbilhão cruzado por sentidos esquecidos e expressões recentes. Nada faz sentido. Nem uma bússola serviria para navegar neste imenso oceano de línguas sobrepostas. Quero-me expressar, mas não consigo. Parece mesmo que até já perdi o controlo sobre a língua com quem me tornei gente, que me deu as armas para enfrentar os mais variados desafios. Sinto-me confusa e certas vezes temo roçar a demência. Será só extrema análise dos acontecimentos? Ou será mesmo o perder de faculdades antes tidas como garantidas? Sempre pensei que a minha língua nunca me fosse falhar, mas mesmo tentando buscar nela a melhor expressão dos meus pensamentos, fico de mãos vazias tentando tocar nas profundezas da minha memória, sem nunca sentir nada entre os dedos. Impotência. Ser incapaz de articular com a clareza necessária que evita o constrangimento de querer falar e não conseguir. Parecer aos olhos e ouvidos dos outros um ser que ainda está a aprender a interligar pensamentos, sem porém ainda não se conseguir fazer entender. Frustração. Tristeza. Auto-flagelação. Terá tudo isto um final? </div>Ana Cavalinhoshttp://www.blogger.com/profile/12495941919520671076noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3466027363635793919.post-66121918375203556142015-03-26T19:51:00.000+00:002016-01-15T09:53:36.511+00:00Cativeiro<div style="text-align: justify; text-indent: 30px;">
Cresci como um animal em liberdade. Assim que podia saía de casa e ia para o meio das árvores, pisava a relva descalça, via o meu avô regar a horta e o meu pai a tratar dos animais. Nunca era hábito ficar muito tempo dentro de quatro paredes, até porque sendo criança e tendo uma terreno à minha disposição e dois cães para brincar era o paraíso. Era uma alegria vestir a roupa já gasta e suja para poder brincar à vontade com os joelhos na terra e as mãos nas ervas. Criar casas na seara com a minha irmã e só voltar para dentro do conforto do lar quando já os últimos raios de sol se tinham ido embora e nos deixado no lusco-fusco. Mas a vida decidiu mudar e o animal livre foi colocado em cativeiro. As horas passadas dentro de quatro paredes tornaram-se maiores e mais frequentes. Sabia onde encontrar árvores para me refugiar, mas não era o mesmo. O mundo seguro que conhecia desde criança estava inacessível, o espaço onde me podia perder e saber sempre o caminho para casa já não estava a uma simples porta de distância. O distanciamento foi crescendo, o cativeiro começou a apoderar-se e entretanto apareceu a cidade maior. Para minha surpresa consegui descobrir recantos naturais onde me sentia bem. Comecei a visitá-los, a familiarizar-me com eles, até que o tempo se tornou escasso, as responsabilidades se sobrepuseram e as visitas se tornaram cada vez menos frequentes. Agora que tenho pedaços de natureza à distância de um olhar, já não sei como me comportar, a minha alma ainda conhece a sensação de liberdade, mas o meu corpo já há muito se moldou ao cativeiro. Tenho de me ensinar de novo a explorar. </div>Ana Cavalinhoshttp://www.blogger.com/profile/12495941919520671076noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3466027363635793919.post-51266210257970891172015-01-30T15:37:00.000+00:002016-01-15T09:51:56.911+00:00Tempo<div style="text-align: justify; text-indent: 30px;">
Dizem que «com tempo, tudo se cura», que «o tempo baralha tudo», que «o tempo é irrecuperável», que «com tempo e esperança, tudo se alcança», que o tempo isto, aquilo e aqueloutro. Pois bem, eu acho que o tempo pode ser e fazer muita coisa, mas a grande virtude dele é ensinar, é fazer com que o conhecimento que temos hoje, que se compõe do conhecimento de ontem, de anteontem e de todo o tempo passado, seja sempre menor do que aquele que teremos amanhã, depois de amanhã e em todo o tempo futuro. O conhecimento que tenho hoje já não vai ser igual ao conhecimento que terei amanhã porque no tempo que falta para acabar o hoje e começar o amanhã eu terei tido novas experiências que me darão um novo conhecimento. Todos os dias aprendemos coisas novas, talvez não nos apercebamos disso pois tantas vezes são coisas pequenas que automaticamente se entranham em nós e nem damos por aprender, mas o conhecimento ficou e todos os dias aumentará, basta só «dar tempo ao tempo».</div>Ana Cavalinhoshttp://www.blogger.com/profile/12495941919520671076noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3466027363635793919.post-47484294207931459312015-01-07T20:16:00.000+00:002015-01-07T20:16:12.026+00:00Liberdade de expressão <div style="text-align: justify;">
Os desenhos não matam, </div>
<div style="text-align: justify;">
os quadros não matam, </div>
<div style="text-align: justify;">
as fotografias não matam, </div>
<div style="text-align: justify;">
os textos não matam. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Os desenhos podem chocar, </div>
<div style="text-align: justify;">
os quadros podem revoltar, </div>
<div style="text-align: justify;">
as fotografias podem entristecer,</div>
<div style="text-align: justify;">
os textos podem magoar, </div>
<div style="text-align: justify;">
mas nunca matar. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O lápis no papel não mata, </div>
<div style="text-align: justify;">
o pincel na tela não mata, </div>
<div style="text-align: justify;">
o dedo no disparador não mata, </div>
<div style="text-align: justify;">
os caracteres ordenados não matam. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O que mata são as armas e a desumanidade que está por detrás delas. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Ana Cavalinhoshttp://www.blogger.com/profile/12495941919520671076noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3466027363635793919.post-7054167912050304072014-12-04T10:15:00.000+00:002016-01-15T09:52:31.296+00:00Retrospectiva <div style="text-align: justify; text-indent: 30px;">
Provavelmente quando olhamos para trás vemos coisas de que nos arrependemos, de que nos orgulhamos, que nos fazem rir e que nos fazem chorar. Olhamos para trás e analisamos, pois o ser humano tem essa capacidade racional insistente de pensar no passado, principalmente nós portugueses que desde pequenos somos introduzidos à saudade, esse estado de alma que tantos estrangeiros acham difícil de traduzir e que por vezes nos mantém presos a um passado que não regressará mais e que por isso perpetua a nossa relação próxima e íntima com a saudade.</div>
<div style="text-align: justify;">
Podemos olhar o passado de vários ângulos e com várias abordagens, como a saudosista acima mencionada; a pessimista, de que o futuro de certo será pior; a optimista, de que já fizemos tanto e que faremos ainda mais; ou a minha preferida, a interrogativa, da qual surgem perguntas «Porque é que fiz aquilo?», «Onde será que errei?», «Como é que vim aqui parar?». Esta abordagem dá-nos a capacidade de evoluir, de verificar o quanto crescemos e o quanto as nossas atitudes mudaram e porquê. Permite-nos ser um espectador activo em vez de passivo e agarrar as rédeas do nosso presente. Todos dizem que se aprende com os erros e todos estão certos, a melhor maneira de aprender é se tentarmos, mesmo que possa culminar em fracasso pelo menos já saberemos que será necessário um método diferente para aplicar à situação e isso dá-nos conhecimento e consciência, dá-nos ferramentas que poderemos utilizar no futuro e, portanto, quanto mais cedo tentarmos mais depressa teremos uma caixa cheia de ferramentas prontas a usar cada vez que houver um obstáculo no caminho. E vai haver, sempre houve e sempre haverá, agora a maneira de os ultrapassar depende do que as nossas tentativas nos ensinaram e da nossa capacidade de aprender através das nossas escolhas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;">Como é que vim aqui parar? Acima de tudo com a vontade de poder afirmar que tentei e espero vir poder a dizer que consegui. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>Ana Cavalinhoshttp://www.blogger.com/profile/12495941919520671076noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3466027363635793919.post-24649079950745636282014-10-09T10:51:00.001+01:002016-01-15T09:52:40.915+00:00Liberdade<div style="text-align: justify; text-indent: 30px;">
É curioso como um lugar que acabámos de conhecer, que ainda não podemos dizer que nos conhece a nós, nos dá momentos que nos lembram de onde crescemos. O simples acto de olhar pela janela e ver o céu azul imenso que paira sobre os pinheiros verdes me faz lembrar que não foi numa cidade caótica, cheia de prédios altos e de carros a buzinar que me criei, apesar de ter sido esta a minha realidade nos últimos 6 anos; foi num sítio assim, semelhante a este, com céu a perder de vista, o cheiro a relva acabada de cortar, os pássaros a cantarem nos arbustos, o passo vagaroso das pessoas, o ritmo da natureza. Foi num sítio assim que comecei a viver e seguramente que é num sítio assim que gostaria de continuar a viver, a ser feliz. Porque a felicidade também depende muito do sentimento de liberdade e onde existem os prédios altos a tocar o céu a nossa liberdade fica restringida e a nossa felicidade só tem o tamanho da quantidade de céu que conseguimos vislumbrar por entre fendas da densa malha urbana. </div>Ana Cavalinhoshttp://www.blogger.com/profile/12495941919520671076noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3466027363635793919.post-8748129364175015442014-09-18T12:37:00.000+01:002016-01-15T09:53:03.168+00:00Questionamento<div style="text-align: justify; text-indent: 30px;">
Gostava de conseguir ver como teria sido o passado se não te tivesses ido embora. Já não sei mais se teria sido tudo diferente ou se apenas os acontecimentos teriam tomado uma velocidade mais reduzida, de acompanhamento mais fácil. Foi tudo tão rápido e tudo sem explicação. Sei que era nova demais para ter capacidade de me preocupar com certas perguntas, mas hoje sinto que fiz mal em não perguntar mais, em não querer saber exactamente o que se passava, em não me conseguir lembrar da última vez que estive contigo. Sabes, é que estamos naquela altura do ano e eu tenho tido tanto tempo livre em mãos que até se torna perigoso, fico com demasiados pensamentos a deambular na minha mente. Muitos deles acabam por levar-me a ti e às questões que provavelmente sempre me assombrarão. </div>Ana Cavalinhoshttp://www.blogger.com/profile/12495941919520671076noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3466027363635793919.post-10287928694091826682014-09-17T11:19:00.000+01:002016-01-15T09:53:11.924+00:00Ausência<div style="text-align: justify; text-indent: 30px;">
Há ausências forçadas, ausências impostas, ausências inesperadas, ausências programadas, ausências que nascem do sentimento de vazio, de perca do rumo. Há ausências más, ausências boas, ausências aprendizes e ausências educadoras. Há aquelas ausências que estranhamos, as que nos magoam, as que nem importância têm para nós e as que nos alegram. Há ausências sentidas como necessárias, como parte de um percurso que ainda se tem de criar a ele mesmo. Há tantas ausências e tantas razões para elas que não faz sentido explicá-las, basta dizer "Estou de volta". </div>Ana Cavalinhoshttp://www.blogger.com/profile/12495941919520671076noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3466027363635793919.post-81226817313636007482012-05-27T17:26:00.001+01:002016-01-15T09:54:19.584+00:00Aprendizagens<div style="text-align: justify; text-indent: 30px;">
Aprendemos a andar, a falar, a ler e a escrever. Aprendemos a raciocinar e a ser gente. Mas quando nos falam da morte que passou pelos nossos, já não sabemos ser gente nem raciocinar. Não sabemos escrever, ler, falar e andar. Retornamos ao estado embrionário do ser que ainda não o é e esperamos... Esperamos que chegue o momento em que estejamos dispostos a nascer de novo para a realidade.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: xx-small;">Ainda não consigo perceber a teimosia do Mundo em livrar-se das pessoas que o tornam melhor. </span></div>Ana Cavalinhoshttp://www.blogger.com/profile/12495941919520671076noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3466027363635793919.post-90840530614467592532012-02-14T00:20:00.000+00:002016-01-15T09:54:27.590+00:00Coragem<div style="text-align: justify; text-indent: 30px;">
Há vários tipos de coragem neste mundo: coragem para dizer o que se pensa, coragem para defender os nossos ideais, coragem para perseguir sonhos, coragem para enfrentar os nossos medos... Mas existe uma coragem que talvez seja a mãe de todas, aquela coragem que nos faz baixar o escudo e esconder as armas, arredar os cortinados e abrir a porta. Não, não é um mero devaneio irresponsável de quem parece entregar-se ao desconhecido, é algo grandioso e mágico. É preciso coragem para deixarmos alguém entrar no reino de nós mesmos sem saber ao certo o que acontecerá, pois o futuro é o tempo que há de vir e quando vier já não será futuro, será o presente embrulhado em contentamento quando o que sonhámos foi concretizado. Baixar as defesas leva coragem. Leva coragem pois estamos apenas a uma decisão do fracasso total, da angústia amargurada de quem acreditou e viu a felicidade despedaçada. Põe em hipótese entregar a tua alma e vê se não é preciso coragem, nem que seja para enfrentar o receio do abandono. Imagina o que será dares tudo o que tens sem esperar receber nada em troca a não ser um mero sorriso que terá mais valor para ti do que qualquer compensação monetária. Pensa que passarás a preocupar-te cada vez menos contigo e a ser cada vez mais altruísta. É preciso coragem, acredita, e quando essa coragem aparecer verás que ela é mesmo a mãe de todas, pois a partir desse momento irás perceber a força que tens dentro de ti.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Dizem que odiar é fácil, amar exige coragem. Celebremos a nossa.</div>Ana Cavalinhoshttp://www.blogger.com/profile/12495941919520671076noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3466027363635793919.post-28754977686674823122011-08-07T13:46:00.004+01:002016-01-15T09:56:51.880+00:00Distância<div style="text-align: justify; text-indent: 30px;">
Risco os números encurtando a distância que teima em não acabar de vez. Presunção a minha pensar que seria fácil. Não é, nem nunca virá a ser. Mesmo que as cruzes caiam depressa sobre os quadrados, para mim parece que os traços vão chegando vagarosamente, como este Verão que teima em jogar às escondidas.
</div>
<div style="text-align: justify; text-indent: 30px;">
A barragem atingiu o limite máximo. Aguentei as comportas por dois dias, mas elas cederam ao peso da água que vai escorrendo pela superfície. Por mais ajustes que faça, a água não pára de cair. Sendo rapariga de Letras, não sei mais o que fazer. Preciso da presença de um Engenheiro.</div>Ana Cavalinhoshttp://www.blogger.com/profile/12495941919520671076noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3466027363635793919.post-26967653311160332082011-06-18T01:14:00.003+01:002016-01-15T09:57:51.823+00:00O sítio onde me sento<div style="text-align: justify; text-indent: 30px;">
Não quero estar em lugar algum sem ser aqui. Não quero ver outra imagem sem ser esta. Não quero sentir outro sentimento que não o de agora. É isso, quero o agora. Quero este instante, este momento, quero poder parar o tempo e não ter que abandonar o sítio onde me sento. Não quero que a noite acabe, que o dia comece, nem que as horas passem, tornando-nos cada vez mais velhos. Quero adiar a velhice e saborear cada pedaço desta juventude que nos teima em dar motivos para sonhar. Quero sonhos de infinito, de roxo e azul, de 3 e 4. Quero somar números, juntar memórias, adicionar entradas na lista de "Coisas a fazer"<span style="font-size: 78%;"> (que é, ao fim e ao cabo, uma lista de "Sonhos a concretizar")</span>. Quero nunca deixar de sonhar, nunca deixar de querer, nunca deixar de te viver. Quero, em suma, ter sempre à minha espera este sítio onde me sento, pois é aqui que tudo faz sentido.</div>Ana Cavalinhoshttp://www.blogger.com/profile/12495941919520671076noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3466027363635793919.post-19487348119140001792011-05-20T19:16:00.003+01:002011-05-20T19:22:35.146+01:00SuspiroQuando as palavras fogem,<br />deixando a mente vazia,<br />há um simples gesto<br />que denota a minha alegria.<br /><br />Misto de respiração com sufoco,<br />que faz todo o ar<br />parecer pouco.<br />Fico sem saber respirar,<br />o meu ritmo natural é perturbado,<br />mas, mesmo assim,<br />esboço um sorriso desafogado.<br /><br />Quando as palavras me fogem<br />e a minha mente fica vazia,<br />aparece aquele suspiro<br />que me arrepia.Ana Cavalinhoshttp://www.blogger.com/profile/12495941919520671076noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3466027363635793919.post-55352334314879244402011-04-22T01:47:00.003+01:002011-04-22T01:53:30.629+01:00ProtagonistasPega na caneta e risca as palavras no papel.<br />Escreve a história que sempre quiseste,<br />aquela com que sempre sonhaste.<br />A imaginação não tem limites<br />e os sonhos não se esgotam.<br />Atreve-te a sonhar<br />como nunca antes sonhaste.<br />Atreve-te a fazer<br />o que nunca antes fizeste.<br />Não te prendas a situações secundárias,<br />a realidades paralelas.<br />Na tua história,<br />não interessam os figurantes,<br />só os protagonistas.Ana Cavalinhoshttp://www.blogger.com/profile/12495941919520671076noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3466027363635793919.post-48905442001333232662011-04-17T23:38:00.003+01:002011-04-18T00:01:19.257+01:00Vinte e quatroNa noite estrelada,<br />as ondas ditaram a melodia,<br />a liberdade foi proclamada<br />e confirmou-se a companhia.<br /><br />Somou-se tudo o que é positivo<br />e subtraiu-se tudo o que é negativo.<br />Depois das contas feitas<br />e do medo ultrapassado,<br />chegou-se à conclusão<br />de que não há nada errado,<br />pois o resultado<br />dá vinte e quatro.Ana Cavalinhoshttp://www.blogger.com/profile/12495941919520671076noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3466027363635793919.post-53627602265750286732011-04-04T23:54:00.004+01:002011-04-05T00:31:03.540+01:00ImagemAparece,<br />sem ser evocada,<br />sem ser procurada.<br />Sai de onde estava guardada<br />e ali fica, parada,<br />mostrando todo o seu esplendor.<br />E eu observo-a,<br />tentando sabê-la de cor,<br />tentando conhecê-la ao pormenor.<br /><br />Fascina-me a maneira<br />como se apodera da minha mente.<br />Mesmo sem que eu queira,<br />faz questão de estar presente,<br />aproximando-me de algo ausente.<br /><br />E eu sorrio,<br />com aquele sorriso especial.Ana Cavalinhoshttp://www.blogger.com/profile/12495941919520671076noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3466027363635793919.post-86669337142891044682011-03-30T23:22:00.001+01:002011-03-30T23:23:35.079+01:00Voo picadoOs dias passam<br />e nem dás pela sua passagem.<br />Passam passando<br />tão apressadamente<br />como pássaros<br />voando picado<br />para apanhar a presa.Ana Cavalinhoshttp://www.blogger.com/profile/12495941919520671076noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3466027363635793919.post-91610692921405940502011-03-25T21:34:00.006+00:002011-03-25T21:51:06.168+00:00Poesia Magnética*Sento-me timidamente,<br />sem saber o que esperar.<br />Hoje, neste café,<br />sei que a poesia vai ser rainha,<br />mas não sei como irá reinar.<br /><br />Ouvem-se os primeiros sons,<br />vêem-se as primeiras imagens.<br />Absorvo sofregamente<br />o que me leva para outras paragens.<br /><br />A alma aquece,<br />a cada sílaba proclamada<br />e, como se de um feitiço se tratasse,<br />fico completamente encantada.<br /><br />Tudo aqui é sentido,<br />na sua máxima extensão.<br />Todas as palavras proferidas,<br />abraçam o coração.<br /><br />E sem que o deseje,<br />o reinado chega ao fim,<br />mas só neste café.<br />Porque todos os dias,<br />a poesia reina em mim.<br /><br /><div style="text-align: right;"><span style="font-size:78%;">*<span style="color: rgb(255, 102, 0);">"Magnetic Poetry"</span>, Livro/Cd/Dvd dos<a href="http://www.facebook.com/SOCIALSMOKERS"> Social Smokers</a></span><br /></div>Ana Cavalinhoshttp://www.blogger.com/profile/12495941919520671076noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3466027363635793919.post-55086400959579658732011-03-24T23:55:00.003+00:002011-03-25T00:01:05.124+00:00DesconhecimentoCaminhas sem saber<br />para onde estás a ir.<br />O teu corpo treme,<br />mas quase não o consegues sentir.<br />Tudo te é estranho<br />e só te apetece fugir.<br /><br />Nunca trilhaste tal caminho,<br />nem mesmo em pensamento.<br />Andas à deriva,<br />ao sabor do tormento,<br />até que o teu corpo pede descanso.<br />E, então, paras por um momento.<br /><br />Tentas-te recompor,<br />encontrar a força que te faltava,<br />mas pareces perder<br />a sanidade que te restava.<br /><br />Algures próximo de ti,<br />uma voz proclamou:<br /><span style="font-style: italic;">- Sê quem nunca foste.</span><br /><span style="font-style: italic;">- Mas eu nem sei quem sou. </span>Ana Cavalinhoshttp://www.blogger.com/profile/12495941919520671076noreply@blogger.com1